tag:blogger.com,1999:blog-40558555138214475082024-03-12T17:23:35.831-07:00A professora e o seu divãCaro visitante, apresento-lhe meu divã. Explico-me: sou professora da educação básica e trago na memória, e no coração, algumas histórias vivenciadas em sala de aula, as quais imprimem ao meu ser uma feliz inquietação. Assim, encontrei na escrita uma experiência de catarse, tal qual um divã. A proposta é apresentar, periodicamente, uma crônica extraída do meu portfólio, o qual foi - e ainda é - construído no exercício de uma docência que pretende ser decente.
( Rosana Souza )Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-41476064755313509722020-10-14T20:23:00.004-07:002020-10-14T20:25:22.489-07:00 Feliz Dia do Semeador de sonhos!<p style="text-align: center;"> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CUvj46QWetk/X4fAqFlW2XI/AAAAAAAAAho/ooWDuc7fvmgQjIQluhAS3f46pTNFhc9ngCLcBGAsYHQ/s480/22429778_124300931545925_3933380239937241088_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-CUvj46QWetk/X4fAqFlW2XI/AAAAAAAAAho/ooWDuc7fvmgQjIQluhAS3f46pTNFhc9ngCLcBGAsYHQ/s320/22429778_124300931545925_3933380239937241088_n.jpg" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><p></p>Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-22667521436788904332020-09-07T13:47:00.005-07:002020-09-07T17:35:32.313-07:00<p><br /></p><p><span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span face="">Uma lição linguística abordada em </span><i>O menino que descobriu o vento</i></span></span></p><p><span face="" style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"><br /></span></p><p><span face="" style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OkZfQ3oi3vw/X1acPHc8CjI/AAAAAAAAAfU/aaBgMPVNZck4wjU7FMCAsaU6axZR0NcSACLcBGAsYHQ/s299/omeninoquedescobriuovento.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="299" src="https://1.bp.blogspot.com/-OkZfQ3oi3vw/X1acPHc8CjI/AAAAAAAAAfU/aaBgMPVNZck4wjU7FMCAsaU6axZR0NcSACLcBGAsYHQ/s0/omeninoquedescobriuovento.jpg" /></a></div><br /><span style="background-color: black;"><span style="color: white;">Em <i>O menino que descobriu o vento, </i> William não só descobriu que o vento pode cooperar para reverter situações adversas, ele também aprendeu que pode(mos) voar através dos sonhos.</span></span><p></p><span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span face="" style="font-size: 14px;">Chamou a minha atenção a cena em que o professor Kachigunda tentava convencer a irmã do protagonista a fugir com ele para outra região ( Mangochi), ao que ela retrucou:” eu não sei falar ajaua” . Ele, por sua vez, sugeriu: “você pode falar inglês!”</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">Este diálogo me permitiu constatar: “ eu posso não saber um outro idioma, mas, se eu sei inglês, eu sei todos!”</span></span></span>Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-80472938664557183922020-09-06T21:38:00.006-07:002020-09-06T22:15:15.815-07:00<p> </p><p></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jBko0u-Buxw/X1W5CELyL9I/AAAAAAAAAeg/dj7RYeiT9DAfHRB5HSCUitJNiomLvEVOACLcBGAsYHQ/s480/43778636_305701810263104_2610105069695444461_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-jBko0u-Buxw/X1W5CELyL9I/AAAAAAAAAeg/dj7RYeiT9DAfHRB5HSCUitJNiomLvEVOACLcBGAsYHQ/s320/43778636_305701810263104_2610105069695444461_n.jpg" /></a></div><br /><span face="" style="background: white; color: #262626; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="background-color: black; color: white;"><span face="" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"> </span><span face="" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"> Indico a leitura de "Pensatas pedagógicas", de Mário Sérgio Cortella.</span></span><o:p></o:p></p><p></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p></blockquote>Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-70620235396336135202020-09-06T21:34:00.012-07:002020-09-06T22:11:29.522-07:00<p> </p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xMHHA_IEiVI/X1W3fGtyDPI/AAAAAAAAAeM/sMHLH8VsXUIEBbOpQ30T4GqKaIL9gLqJACLcBGAsYHQ/s750/38219939_433204533852956_1553385444991827968_n%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="750" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-xMHHA_IEiVI/X1W3fGtyDPI/AAAAAAAAAeM/sMHLH8VsXUIEBbOpQ30T4GqKaIL9gLqJACLcBGAsYHQ/s320/38219939_433204533852956_1553385444991827968_n%25281%2529.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"> <span style="background-color: black;"><span style="color: white;"> <span style="font-size: x-small;"><i>Um mimo da aluna Luana</i></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt; text-align: left;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: georgia;"><br /></span></span></div><h1 style="text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: georgia;"><span style="text-align: left;"><i><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: large;">O </span></i></span><span style="font-size: 10.5pt; text-align: left;">exercício pedagógico é
um desafio contínuo. Eu desisto e insisto dele/nele todos os dias! Vale lembrar
que tem até dia de DR em algumas turmas. Eu só sei assim... tem de haver
imersão!</span></span></h1>Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-70783208396148979452020-09-06T21:25:00.003-07:002020-09-06T22:18:03.673-07:00Dia do Estudante 2020<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rfG6XhMcqeU/X1W2OEj0EGI/AAAAAAAAAd0/Hf59TLavQl4qmBe91ozIMBupKNeGQ3bVwCLcBGAsYHQ/s480/117385169_329758461479916_6182348330576144081_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-rfG6XhMcqeU/X1W2OEj0EGI/AAAAAAAAAd0/Hf59TLavQl4qmBe91ozIMBupKNeGQ3bVwCLcBGAsYHQ/s320/117385169_329758461479916_6182348330576144081_n.jpg" /></a></div><br /><p><br /></p><p><span style="background-color: black;"><span style="color: white;"> <span face="" style="font-size: 14px;">Querido estudante, </span></span></span></p><p><span face="" style="background-color: black; color: white; font-size: 14px;">Aceno para você, neste momento, por ser hoje o seu dia e por acreditar que você é razão e alvo de uma construção social a que se denomina educação! Não aquela educação agenciada em discursos e cuja semântica não ultrapassa a linha da simples escolarização. Falo da educação coadjuvante do processo de formação e despertamento da identidade. Por isso, quero evocar duas adolescentes que, para mim, são modelos de estudantes revolucionárias: ANNE FRANK e MALALA YOUSAFZAI. Assim como você, que foi impedido de ir à escola — mas, não de estudar — por conta de uma batalha no âmbito da saúde pública, a da covid-19, ambas enfrentaram guerras. Isto sem contar com as lutas íntimas que todo adolescente trava!</span></p><span style="background-color: black; color: white;"><span face="" style="font-size: 14px;">Anne viveu a 2ª Guerra Mundial, Malala comprou uma ao confrontar o fundamentalismo do Talibã em seu país. Em um esconderijo, Anne mantinha uma disciplinada rotina de estudos, mesmo temendo a iminente prisão e morte pela perseguição Nazista. O seu diário tornou-se um legado à humanidade! Malala, por sua vez, infringiu uma das normas impostas pelo talibã: meninas não devem frequentar escola. Isto quase lhe custou a vida. Isto foi também o ponto de partida para uma história que mereceu o Nobel da paz em 2014. Duas adolescentes; duas guerras; uma escolha: a educação como direito imediato.</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">Cumpre lembrar, meu caro estudante, que a pandemia atual evidencia uma guerra multidimensional, entretanto você dispõe de armas de potencial gigantesco, um sem-número de possibilidades: os livros, as videoaulas, os filmes, as séries, os documentários — um menu infinito de informações para você selecionar, criteriosamente,</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">para a construção do seu maior patrimônio: o seu conhecimento! Sirva-se!</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">Ao finalizar, quero receitar-lhe uma dose de versos de Quintana:</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">“A vida é nova... </span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">A vida é nova e anda nua </span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">- vestida apenas com o teu desejo!”</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">Feliz vida de estudante!</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">Um afago na sua alma!</span><br style="font-size: 14px;" /><span face="" style="font-size: 14px;">See you soon!❤️</span><br style="font-size: 14px;" /><br style="font-size: 14px;" /></span><span face="" style="font-size: 14px;"><span style="background-color: black; color: white;">Teacher Rosana Souza</span><div class="separator" style="clear: both; color: #262626; text-align: center;"><span style="background-color: black;"><br /></span></div><br /></span>Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-1383928146994789662014-08-04T10:34:00.002-07:002020-09-06T22:19:22.219-07:00Amainando conflitos<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"> </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">Conflitos são lugares-comum no cotidiano da escola, são inerentes à sua dinâmica. Logo, ser educador é também ser pacificador; por vezes advogado,ou mesmo juiz. Na minha jornada, coleciono experiências de finais felizes ante a pequenos conflitos. Pensei até em criar um manual cujo título seria “Receitas infalíveis de mediar conflitos em sala de aula”.</span></h3>
<h3 style="text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;"><u>Apartando briga</u>: Ao sair de uma sala , deparei-me com dois alunos que se atracavam, trocando tapas e murros. Pedi, em voz alta, que parassem. Nada. Nervosa, ordenei que parassem. Nenhum sucesso. “Ah, então vocês estão gostando de se agarrar?!”, foi a minha cartada final. Pareceu mágico o efeito das minhas palavras. Os beligerantes interromperam imediatamente o combate.</span></span></h3>
<h3>
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;"><u>Adequando o vocabulário</u>: Na moral é uma gíria encontrada no vocabulário de muitos adolescentes com os quais trabalho; sua significação deve ser próxima à “numa boa”; trata-se da roupagem teen de “por favor”.Numa dada situação de confronto em que um aluno importunava sua colega, dirigi-me a ele:–Na moral, Fernando, pare de perturbar sua colega!Ele a deixou em paz e justificou:– Aê, prof, só vou obedecer porque a senhora usou as palavras certas.</span></span></h3>
<h3>
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;"><u>Guardando segredo</u>: A professora de Geografia passava pelo corredor que dava acesso a sala onde teria sua próxima aula. Sandro a seguia, imitando-a em seu andar. Ao perceber que eu o flagrava, imediatamente veio ao meu encontro, já dizendo:</span></span></h3>
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">–Ô, pró, PELOAMORDEDEUS, não conta nada pra ela.</span></h3>
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">–Meu Deus, mais uma bomba para eu desativar – pensei rapidamente.</span></h3>
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">De súbito, respondi:</span></h3>
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">–Está bem, está bem, mas vê se não apronta mais!Mais tarde, ao realizar a chamada nominal em sua classe, Sandro olhou para mim e, sorrindo, disse:–Eu e a pró temos um segredo, né, pró? </span></h3>
<h3 style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;"> Além dessas, há inúmeras experiências sobre as quais ainda tenho dúvidas se agi conforme a ética da minha profissão. Só estou certa mesmo é de que muitas delas são hilariantes e inesquecíveis.Na verdade, até o presente momento, ignoro onde está o limite entre o pedagógico/didático/ético e o feedback imediato que as relações vivenciadas na escola requerem de nós, mediadores do conhecimento. Apenas julgo que, para nos manter na luta, em nome da paz na escola – e na vida – as poucas armas de que dispomos são o diálogo, a afetividade, os acordos de convivência e — muitas vezes — a criatividade.</span></h3>
<div style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: helvetica; min-height: 27.6px;">
<h3 align="right">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;">Rosana Souza</span></h3>
</div>
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small; font-weight: normal;"> </span></h3>
<div style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: helvetica; min-height: 27.6px; text-align: justify;">
<h3>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"> </span></h3>
</div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-62059088300291075212014-06-09T08:01:00.001-07:002014-06-09T08:01:39.038-07:00Won'o, o flagra!<br />
<div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Proposição: A pesca emburrece, induz ao erro mais facilmente, subestima e aplaca a autonomia do sujeito no seu processo de construção da aprendizagem.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Vivenciar uma semana de provas é, talvez, uma das experiências mais desgastantes do cotidiano escolar. Parece que nós, professores, nos submetemos a uma brincadeira de 'gato e rato' ou mesmo de Sherlock Holmes, a fim de garantir o êxito do processo. A cola — ou pesca, como é conhecida em minha região — é uma ameaça iminente para o professor. Para alguns estudantes, uma prática frequente e, até, um ato salvador!</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i>Keep calm</i>, o estresse ainda não acabou! E quando chega o dia de apresentar o resultado das avaliações? Aí é outra história! Percebo que ganhei antipatizantes, uma vez que sempre procurei usar um padrão de equidade, no tocante a aferição da aprendizagem da minha matéria! Lembro-me de uma frase que dizia " Professor e aluno são amigos para sempre até que a nota os separa".</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Em minha carreira ( ou seria correria?), já experimentei de um-quase-tudo e, quando parecia que já tinha vivido toda a minha cota de surpresas, neste ano, algo surreal aconteceu! Vamos aos fatos.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Ao corrigir a atividade de uma turma de ensino médio, observei a recorrência de um erro curioso: onde deveria aparecer <b>won't</b> ( contração de<b> will</b> + <b>not</b>), um estranho <i>won'o</i> prevalecia nas respostas apresentadas. Acionei meu detector de pescas. Não demorou para que eu delineasse o percurso do <i>won'o</i> . Lembrei imediatamente de uma aluna considerada " fera" em Inglês cuja grafia tem formas bem arredondadas. Daí, conjecturei: ao escrever <b>won't</b>, o traçado do seu 't' deu a impressão de ser 'o'; por isso, o primeiro a colar, escreveu <i>won'o</i>. Confirmei esta tese quando verifiquei a resposta original da referida aluna. Ponto pra mim!</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Situação semelhante foi observada na turma A, quando notei que um grupo de 7 ou 8 alunos erraram as mesmas questões em um teste de múltipla escolha. Teria sido coincidência, caso o <i>best student</i> não tivesse os mesmos erros.</span></div>
<div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Antes de advertir às turmas dos alunos infratores, fiz uma preleção sobre o assunto, explicando a linha de raciocínio optada para confirmar minhas deduções e enfatizando o quanto é perigoso cultivar a prática da pesca/cola. Quando pensava ter instaurado uma esfera de seriedade e reflexão, um aluno saiu com esta tirada: " Professora, a senhora deveria trabalhar no CSI!"</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">É, caro leitor, ser educador é estar sujeito a coisas desse tipo. Mas, sabe de uma coisa? Aprendo e autoavalio-me constantemente, e, claro, divirto-me muito com tudo isso!</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> Professora <i>Rosana Souza</i></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span></div>
</div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-43190210726193987752014-05-31T15:16:00.000-07:002014-05-31T15:16:07.493-07:00FAST LESSON<div style="font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 24px; min-height: 27.6px;">
<span style="font-size: 24pt;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="font-size: 24pt;">Perguntei se queriam que eu publicasse as médias da unidade ou as mantivesse em sigilo. Foi então que lembrei — e contei— uma breve história que o Sr. Benjamin narrou para mim, há algum tempo, falando de um delegado que não sabia o que significava a palavra </span><span style="font-family: Helvetica-Oblique; font-size: 24pt; font-style: italic;">sigilo</span><span style="font-size: 24pt;">. Notei que muitos alunos gostaram da historieta. Um aluno acenou e disse: </span><span style="font-family: Helvetica-Oblique; font-size: 24pt; font-style: italic;">professora, eu curti</span><span style="font-size: 24pt;">. Outro complementou: </span><span style="font-family: Helvetica-Oblique; font-size: 24pt; font-style: italic;">e eu compartilho</span><span style="font-family: Helvetica-Light; font-size: 24pt;">!</span></div>
<br />
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 24px; min-height: 27.6px;">
<span style="font-family: Helvetica-Oblique; font-size: 24pt; font-style: italic;"></span><br /></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-27449433457011892782014-05-01T09:14:00.000-07:002014-05-01T13:14:07.944-07:00Mais que buá, além de blá blá blá<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</div>
<br />
<br />
Tia:<br />
—Comeu o chocolate, Isaac?<br />
Isaac:<br />
—<i>Comei</i>.<br />
(...)<br />
<br />
Ao percorrer uma loja de departamentos, encontro uma criança ziguezagueando entre corredores de cabides, parecendo desviar-se de mim, a qual diz:<br />
—Pare de me <i>sigue</i>!<br />
<br />
Nesses casos, seria realmente necessário o uso do "(SIC)"?!<br />
Luft, em seu livro <i>Língua e liberdade</i>, nos informa que os aparentes erros linguísticos observados nas expressões infantis são, na verdade, hipóteses sendo testadas.<br />
Ah, essas crianças e suas conjugações igualmente maravilhosas !<br />
(<i>RoSmile</i>)Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-32042246027357680212013-10-09T17:55:00.000-07:002013-10-09T17:55:04.287-07:00Algumas Crianças da ficção e uma criança real
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-atuIzP_UOpQ/UlX6oBIBGkI/AAAAAAAAAHU/8PImZPUc7So/s1600/desenho+de+Erick+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-atuIzP_UOpQ/UlX6oBIBGkI/AAAAAAAAAHU/8PImZPUc7So/s200/desenho+de+Erick+001.jpg" width="144" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Desenho de Rick</em></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Crianças são seres encantadores! Minha mente é povoada por
cenas e imagens marcantes de crianças – reais e fictícias<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>–<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que
redesenharam a geografia do meu ser, reconfigurando o meu 'sentir o mundo'. Eis
alguns<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>exemplos do meu portfólio:<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hassan</i></b>, da obra 'O caçador de pipas',<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de Khaled Hosseini, transmitiu-me, de modo
singular,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a fragilidade inerente àqueles
de idade pueril, gerando luto em mim ( em seu contexto histórico-social, havia
muitas crianças, mas pouca infância).<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Nullah</i></b>, do filme Austrália, levou- me a irrigar com lágrimas o
meu sofá. Todavia, sua argúcia trouxe-me um reconforto, arrematando de mim até
risos!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lúcia</i></b>, que imprime gracilidade à adaptação cinematográfica da
série de Lewis – As Crônicas de Nárnia – , parece ratificar quão justa a
herança de alvará do Reino dos Céus dada às crianças. Sua afeição a Aslam é
estonteante! O coração infantil não se engana; reconhece, instintivamente, a
perfeição.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Ah! E quanto ao protagonista infantil do longa 'Quem quer
ser um milionário'? Encantamento! Este<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>foi o meu estado<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ao visualizar a
atuação de Ayush Mahesh Khedekar. Neste filme, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jamal</i></b> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Malik</i></b>
– criança –<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>parecia pertencer a outra
esfera de vida. Aliás, penso que as crianças fazem parte de uma dimensão
inescrutável ou, talvez, (fale-se baixinho!) de<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>uma Ordem Secreta Divina!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Da animação, destaco <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mano</i></b>, o infante pinguim, de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Happy<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Feet</i>( pés felizes), cuja saga nos alerta para o fato de como devemos
ser mais sensíveis à diversidade de expressão demonstrada desde a infância.
Filme lindo, um espetáculo em que música e sentimento decantaram minha alma! <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">A história de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Happy
Feet</i> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>induz-me a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Rick</i></b>, um ex-aluno,
portador de uma deficiência<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– pernas
mirradas – condição<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que não o impedia de
correr, a todo momento, nas vias da escola em que nos conhecemos e tecemos
diálogos interessantes. Um desses, quero registrar. Temo esquecer uma
experiência que me fortaleceu enquanto me fragilizava.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">— Como você age com os colegas que fazem brincadeiras – <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bullying</i>, na verdade – com relação a sua
deficiência? — perguntei, tentando sublimar meu pesar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">— Ah, eu não me importo muito, mas no fundo fico triste. —
disse, com olhar distante.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Encorajei-o, enaltecendo suas qualidades e mudei de assunto.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Rick não deixava, nenhum dia sequer, de me cumprimentar ou
me ofertar um gesto de carinho (ai daquele que se candidatasse a ajudar a
carregar o meu material!). Havia momentos em que duvidava sobre qual de nós
cuidava de quem. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Penso que há um mistério – cujo descerramento aguardo com
ânsia desmedida – em torno destes entes sagrados. As crianças aqui apresentadas
– dentre muitas outras – ajudaram-me <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a ajuizar
que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>se há alguma coisa para<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a qual nasci, seja por vocação ou invocação, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>foi para isso: contemplar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o coração infantil; de tal modo, sinto- me
mais próxima do céu!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: Calibri;">Professora <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Rosana <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Souza<o:p></o:p></span></i></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-84201499587783669422013-07-06T21:10:00.003-07:002013-10-09T16:08:34.039-07:00O ano em que quase abandonei o magistério<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-CouUUB_ITZE/UlXhzXEX1oI/AAAAAAAAAG8/qFunoP5OOj8/s1600/PQAAANp4ZUrZIEDE9wdgfUtD9bND5yZtep7ivhcz49bwxqrkQWZCqpSknhEflcaOvPkv81JkqTZYZ0DLU86rNryViKsAm1T1UHpzfqJP-oQJ33LYTy9dUtATbWYB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-CouUUB_ITZE/UlXhzXEX1oI/AAAAAAAAAG8/qFunoP5OOj8/s200/PQAAANp4ZUrZIEDE9wdgfUtD9bND5yZtep7ivhcz49bwxqrkQWZCqpSknhEflcaOvPkv81JkqTZYZ0DLU86rNryViKsAm1T1UHpzfqJP-oQJ33LYTy9dUtATbWYB.jpg" width="170" /></a></div>
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Que ano o de 2001! Até o seu segundo
bimestre, classificava-o como o <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pior em
toda a minha vida profissional. Bem que me acautelaram: magistério não é
profissão, é sacerdócio! E mais: o nome não é professor, mas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sofressor</i>!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Sabe aquela sensação de que tudo
parece conspirar contra você? Foi essa a que se instaurou em mim naquele ano.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">As classes em que lecionava me
deixavam sem esperança. Era um 6º ano barulhento, um 7º ano<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>indisciplinado, diversas turmas de ensino
médio indiferentes a toda e qualquer intervenção pedagógica. Rara era a
recíproca nos cumprimentos diários: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bom
dia, boa tarde</i>. Geralmente, a resposta vinha em forma de silêncio ou
balbúrdia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">O desgosto era extensivo.
Transitava até por entre as tarefas e provas que tinha de levar para casa. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Recordo o dia em que montei uma
atividade lúdica para uma das turmas. Uma vez que a escola estava sem papel,
arquei com o ônus a fim de romper com o ciclo do desinteresse da classe. Após a
atividade, um dos alunos rasgou o papel diante dos colegas, expressando
insatisfação com a tarefa proposta. Ao saber que o custo do papel fora meu,
retrucou: “amanhã eu trago o seu papel”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Confesso que a certa altura, eu
queria deixar tudo: uma década de magistério, a reputação profissional, a
empatia com os alunos. A palavra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">educação</i>
e todas as outras que pertenciam ao seu campo semântico me causavam repulsa. Comecei
a procurar concursos para outras carreiras. Estava desiludida com a escola.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Não foram raras as vezes em que
chorei o meu fado. Senti vergonha de ser professora.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Alguns dos alunos notaram<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>minha desdita. Respondia que não era nada.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Entretanto, foi na primavera
daquele ano que pude observar que a contrapartida era realidade. Depois de
receber uma carta de Jumary, volvi meu olhar aos bilhetinhos com versos que
recebia desde o início do ano. Passei a me alimentar das inúmeras declarações
de amor devoto que recebia no percurso da escola. Deixei que as palavras de Juliane,
uma aluna assaz carismática, ressoassem mais forte ao meu ouvido: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Professora, como eu te amo; Como está linda
hoje; Estava com saudade, minha pró.<o:p></o:p></i></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Como fui tola em deixar que a
algazarra do ambiente escolar camuflasse o carinho que muitos conseguiam
demonstrar! Quanto fui indiferente à devoção de Luna, que me abarrotava de
frases de admiração irrestrita. Quão censurável fui ao reclamar da
insensibilidade de alguns, se grande era a número de alunos concorrendo entre
si para me saudar com um beijo, um abraço, um sorriso. Antes de me dirigir à
sala do 6º ano, alguns alunos amontoavam-se diante de mim para carregar meus
livros, o estojo, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">squeeze</i> e, muitas
vezes, para não haver zanga, até mesmo minha bolsa entrava na distribuição. Em
um desses momentos de concorrência para carregar meu material, ouvi uma aluna
do 7º ano dizer: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Esses meninos do 6º ano
só faltam carregar a roupa da professora!</i> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Corações desenhados no ar e beijos
eram lançados para mim. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Assim, resolvi ficar. Aprendi que
era uma questão de redirecionamento do olhar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"> <em> Professora Rosana Souza<o:p></o:p></em></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-43808373927565637932013-06-15T17:32:00.002-07:002013-10-09T16:13:10.536-07:00Bo(b)azinha?!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Há dois anos, durante uma aula, após interferir em mais
um conflito entre alunos – valendo-me do tríplice antídoto: tolerância, diálogo
e bom-humor –, uma estudante do 6º ano dirigiu-se a mim:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">– Ô, pró, a senhora é tão boazinha!<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">– Não, não sou ‘<i style="mso-bidi-font-style: normal;">boazinha’</i>!
Mas, entendo que todos nós devemos seguir o propósito de sermos cada vez
melhores! – objetei.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Aliás, confesso ter ojeriza à conotação dada a essa
expressão. No vocabulário escolar, a/o professor/a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bonzinho</i>/<i style="mso-bidi-font-style: normal;">boazinha</i> sugere aquela
pessoa que concentra a híbrida composição de lerda e boba, ou mesmo coitada!
Nesses termos, desobrigo-me de ser <i style="mso-bidi-font-style: normal;">boazinha</i>!<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Persigo, diuturnamente, o ideal de ser uma pessoa que
congregue, entre diversos atributos, a bondade. Não que já seja uma boa pessoa,
simplesmente recuso-me a continuar sendo má!<o:p></o:p></span></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-1757963410795682652013-06-01T17:53:00.003-07:002013-10-09T16:10:40.031-07:00Pés felizes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-FL61CmfN94Y/UlXiYVOXh8I/AAAAAAAAAHE/vS_JeNkrCic/s1600/Penguins.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://4.bp.blogspot.com/-FL61CmfN94Y/UlXiYVOXh8I/AAAAAAAAAHE/vS_JeNkrCic/s200/Penguins.jpg" width="200" /></a></div>
<br /></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Quem me conhece, sabe como
tenho hiante afeição por crianças. Acredito que seja por isso que amo
animações; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A era do gelo</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Happy Feet</i> são minhas queridinhas.
Muitas crianças que assinalaram presença em minha vida – graças à minha escolha
profissional – protagonizaram cenas dignas de um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Blockbuster</i>. Nunca me esquecerei de Wendley, um garotinho de
cabelos arrepiados de quem fui professora na alfabetização. Era 1994. O cenário
foi uma festa escolar em que se serviu um almoço. Por conta de uma série de
contratempos, cheguei no momento em que as crianças já estavam fazendo a
refeição. Quando Wendley me avistou, largou o seu prato e, em passos céleres, foi
ao meu encontro. E eu, o que fiz? Ao visualizar suas mãos sujas da mistura <i style="mso-bidi-font-style: normal;">farinha-com-feijão</i>, estraguei sua
comemoração que culminaria com um abraço – o qual foi dado, mas sob constrangimento
– e com a afirmação "pensei que você não vinha, pró". Ao interrogá-lo
sobre o estado (limpeza) das suas mãos, fui surpreendida com sua defesa: “Eu
fiz assim, ó!", mostrando que virou suas mãozinhas para não me sujar! Como
fui leviana! Hoje, já com um olhar menos intoxicado, penso que agiria de outra
forma; talvez articulasse, em pensamento: “Que importa uma sujeirinha, que é
lavável, diante de um gesto que limpa qualquer nódoa de desamor?”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Quero, também, trazer à cena
Victória, uma loirinha esperta que vivia pulando, cantando e dançando. Certa
vez, retornou – correndo, obviamente – do recreio, só parando próximo a mim,
como se freasse, para me fazer um afago cheio de generosidade. Segurando uma
das minhas bochechas, veio-me com esta declaração inusitada: "Coisa fofa
com essas pintinhas lindas no rosto!”. As pintinhas eram as marcas de espinhas,
herança da minha adolescência. Acho que foi o eufemismo infantil mais criativo
de que tive ciência!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Mano é o pinguim
protagonista da animação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Happy Feet </i>(pés
felizes). Como não tinha uma voz afinada, foi discriminado pela sua comunidade.
Apostou, então, na habilidade (ou melhor, na felicidade) dos pés para tornar-se
aceitável, embora, inicialmente, em vão. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Rick, um ex-aluno muito
comunicativo, também possui pés felizes. A despeito de uma deficiência que o
força a andar trôpego e a exibir pernas mirradas (além de, volta e meia, ouvir gracejos
maldosos de alguns colegas; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">escorrega no
quiabo</i> é um desses chistes), Rick demonstra ser uma criança muito feliz:
corre, pula, brinca e participa fervorosamente das atividades propostas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na escola. Na época em que lecionei em sua
turma, voluntariou-se para ser um dos sacis que representariam sua equipe na
gincana do folclore. Nunca vi um Saci-Pererê tão bem-disposto! Ao final da sua
apresentação, perguntou-me como tinha se saído, queria minha avaliação. Em
seguida, exibiu-se: “Acho que minha equipe vai ganhar, porque me esforcei
muito!" Assim aconteceu, a equipe dos pés mais felizes que conheço foi a vencedora
daquela competição! Aqueles que me leem assiduamente devem lembrar que Mano e
Rick já figuraram em outra produção minha. Neste momento, recorro a tais
personagens porque ambos levantam uma pauta de questões humanas que englobam o
viver em comunidade, sendo uma delas: o anseio comum de pertencimento. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Mano, o pinguim, quis fazer
parte do seu grupo e contribuir com os movimentos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">alegres</i> dos seus pés. Rick, o menino das pernas emurchecidas, não
teve qualquer embaraço ao participar de uma atividade em que os membros
inferiores seriam ferramentas essenciais; sem hesitação, ele autodesafiou-se e evidenciou
que as deficiências não devem suplantar a disposição para [a]ventura. Wendley e
Victória aceleraram passos para demonstrar júbilo com grande afã.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Conjecturo, portanto, que o
conceito de felicidade, para os infantes, tem a ver com correria.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 115%;">Assim, arremato, certa de
que as três crianças aqui mencionadas – representando todas as outras – têm em comum a linda vocação de irem ao
encontro do que amam, do que lhes faz bem. Correndo. Felizes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Professora Rosana Souza<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="center">
</div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-62644528570661425522013-05-20T16:43:00.001-07:002013-06-15T17:29:58.610-07:00 A liberdade dos escritores<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="http://4.bp.blogspot.com/-IivB6L1rGyg/UZrONsqrUFI/AAAAAAAAAF4/3nzcZPRl3-k/s1600/imagem+blog+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://4.bp.blogspot.com/-IivB6L1rGyg/UZrONsqrUFI/AAAAAAAAAF4/3nzcZPRl3-k/s320/imagem+blog+2.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"> Desenho que retrata o filme <i>Escritores da Liberdade,</i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><i> </i></span><span style="font-size: xx-small;">produzido por <i><b>Amanda Oliveira, </b></i>aluna da turma 2V3</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">
do CMLEM -Alagoinhas.</span><span style="font-size: x-small;"></span></div>
<span style="font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-size: x-small;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: x-small;">
</span><div style="text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: x-small;">
</span><br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px;">
<a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a>Naquele sábado letivo, testemunhamos alunos tão receptivos ao trabalho proposto pelo grupo de professores de Linguagens que pensei estar na ficção! A primeira atividade foi a audiovisualização do filme <i>Escritores da liberdade</i> no auditório do colégio. Houve de tudo durante a exibição: risos, aplausos e outros <i>modus operandi teens</i> ! Assim, avalio que houve, sobretudo, sensibilização por tratar-se de uma temática com a qual os estudantes se identificaram. </div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px;">
No filme, retratam-se realidades diversas, que incluem violência urbana, <span class="Apple-converted-space"> </span>evasão e baixo rendimento escolares, além de problemas que denunciam uma estrutura educacional viciosa e, como diferencial, uma professora de primeira viagem idealizando um trabalho que, no mínimo, promovesse a empatia. E, a despeito das pedras e perdas, Erin <span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Gruwell, </span>a professora heroína, consegue o inimaginável: a adesão de alunos classificados como infratores — e outros adjetivos correlatos — a um projeto de mudança de vida por meio da prática da leitura e da escrita. Suas histórias são reconfiguradas a partir disso!</div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px;">
O trabalho com este filme trouxe desdobramentos surpreendentes: poemas, desenhos, textos autobiográficos, apresentação com <i>hip hop</i>, dentre outras expressões. Notei, a partir deste momento, que a educação <span class="Apple-converted-space"> </span>precisa despertar as virtudes adormecidas, libertar os escritores, dar voz aos cantores, desvelar os artistas, sob pena de constituir-se algoz de uma geração de sonhos aprisionados! Sobrevieram-me também as imagens utilizadas por Rubem Alves: <i>escola</i>, <i>gaiolas</i> e <i>voo</i> — quando ponderei sobre a ideia de liberdade presente no longa em questão. Em muitos aspectos, a escola tem cumprido a função de gaiola. É preciso, em vez disso, fazer dessa instituição <span class="Apple-converted-space"> </span>— ainda partindo da concepção de Rubem Alves— uma agência promotora de voos inimagináveis! </div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
<br /></div>
<h2 style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); -webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: 'Academy Engraved LET'; font-size: 16px; min-height: 19px;">
</h2>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-33471045284504369632013-05-12T17:30:00.000-07:002013-10-09T17:47:00.524-07:00A palavra que (não) querem calar<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em></em></span> </div>
<div>
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em></em></span> </div>
<div>
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em>Ai, palavras, ai palavras,</em></span></div>
<div>
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em>que estranha potência, a vossa! </em></span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em>(Cecília Meireles)</em></span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<em></em><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"> </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Naquela tarde, a atividade era sobre os fonemas da letra "x".</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Propus uma competição entre grupos.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Vamos ver qual equipe consegue o maior número de palavras com "x"?</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Vamos! – responderam os alunos da turma de 6° ano mais agitada e fofa da escola no ano letivo de 2012.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">A cada 2 minutos, um aluno vinha ao meu encontro perguntando se esta ou aquela palavra poderia fazer parte da lista.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Outros eventos foram interessantes, mas mais curioso que este que passarei a relatar, é impensável!</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">O grupo de Levi, Jones e Luka era o que mais visitava a minha mesa, solicitando ajuda ou apresentando dúvidas. Era este o grupo dos <em>pequenos</em>, mas de interesse enorme em aprender!</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Dentre essas solicitações, uma merece destaque: </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Pró, Luka perguntou se... – falou Levi.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Eu não, você!– interrompe Luka.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Qual é a dúvida? – perguntei.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Ah, se vocês não têm coragem... – disse Jones.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– O que é?– reforcei.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Sexo, pode?– disse Luka, em tom corajoso.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Sexo é uma palavra?– retruquei.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– É!– respondeu o trio. </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">– Então...– concluí.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">O que se viu, em seguida, foi uma correria para grafar a tal palavra.</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Não menos que dois grupos vieram a mim para saber também se 'sexo' podia!</span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white;"></span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: Helvetica; font-size: 24px;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"> </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; font-size: x-small;">Professora Rosana Souza</span></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-40316243927550473062013-05-04T13:39:00.000-07:002013-10-09T17:47:43.876-07:00Jovens também morrem<div style="text-align: justify;">
<div align="center">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Sei que pode soar como clichê, mas a juventude parece estar em extinção! Ser mãe, pai, professor/a, cuidador/a e afins têm sido cada vez mais doloroso, uma vez que muitas despedidas foram antecipadas! Esta elocução foi motivada por perdas recentes. Assim, como educadora – daí sobrevindo o ofício de testemunhar caminhos e descaminhos de jovens – sinto-me compelida a extravasar o meu luto! </div>
<div style="text-align: justify;">
Na unidade de ensino em que leciono há 21 anos(!), tomamos conhecimento de inúmeros casos de mortes de adolescentes e jovens que lá estudaram. Tais relatos nos deixam consternados: acidentes trágicos, assassinatos e, no caso mais recente – segundo informações – falha na prestação do serviço público de saúde! </div>
<div style="text-align: justify;">
É inevitável; indagamo-nos o porquê! Entretanto, atrevo-me, aqui, a declarar a <em>causa mortis</em> desta juventude, a qual é, senão as duas coisas, uma delas: <em>descaso</em> e <em>desamor</em>. O descaso advém de uma conjuntura de governo que se faz omissa e imprecisa. O desamor vem da falta de exemplos, de valores sagrados pouco vistos nas famílias, nas instituições ou comunidades. De qualquer sorte, mesmo corroída por lamento, uno-me àqueles que ainda se importam e oro na esperança de consolo, e de uma fé que se converta em ação!
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Professora Rosana Souza
</div>
<br />
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: x-small;"><em><strong>P.S.: </strong>O presente registro constitui uma singela homenagem à
memória de ex-alunos cuja lembrança desfere constrição ao meu coração.Thairine Nogueira,
Gisele Cordeiro e Erick Pereira são alguns deles.<o:p></o:p></em></span></span></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-80887906556211559162013-04-28T16:23:00.003-07:002013-10-09T17:48:04.698-07:00Das redes ( e anzóis) sociais!<div style="text-align: justify;">
Pus-me a pensar sobre como as redes sociais digitais têm agenciado novas formas ortográficas. Para exemplificar, selecionemos um dos posts virais, que mescla interferências da oralidade, humor em superdose e distância do Aurélio. Fico intrigada com o <b>xati<i></i>ado<i></i></b>, muitas vezes acompanhado da imagem de um pet ou mesmo de uma criança super fofa; para os que adquiriram uma boa medida de letramento, pode representar acréscimo ou variação. Todavia, pensando nos lusófonos mirins, ou mesmo naqueles que circulam nas vias do analfabetismo funcional, isso é estagnação – para não classificar como regressão! </div>
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Parece que não só os vírus dos <i>crackers</i>, mas também uma virose linguística perambula nas infovias, acessando livremente espaços comunicativos em que se deveriam aprimorar a proficiência no nosso vernáculo – ou mesmo no inglês, língua franca da internet. Tudo bem , humor sempre é bem-vindo (dou gargalhadas com #<b>asminapira</b>, #<b>todasama</b> etc.); utilizar a língua materna e suas redes (variações), em seus 'quadrados'( considerando seu caráter situacional), seria até animador! Entretanto, urge que se avise aos navegantes para não se prenderem em anzóis malvados – <i>concerteza</i>, <i>porisso</i>, <i>derrepente</i> e cia. são dos mais letais!
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Professora Rosana Souza
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Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-44474391621441951462013-04-24T08:01:00.004-07:002013-10-09T17:48:35.825-07:00É homem ou mulher?<div align="justify" style="color: #351c75;">
Deparei-me com uma ansiedade incontida ao saber que iria lecionar língua inglesa numa escola de ensino médio. Comecei. Esforcei-me para aplicar os conhecimentos obtidos nos cursos que havia feito. Minhas primeiras exposições foram barradas por algumas frases dos alunos:</div>
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– Peraê, teacher, a gente não sabe nem o português...</div>
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– Fessora, como é que se diz “burro” em inglês pra eu chamar aquele menino...</div>
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– Prof, em inglês, eu só aprendi “the book is on the table”... </div>
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Curioso mesmo foi observar o diálogo entre duas alunas que tentavam responder uma atividade escrita proposta numa das minhas aulas:</div>
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–<i>Home</i> é homem–disse uma.</div>
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–Não! <i>Home</i> é mulher!– retrucou a outra.</div>
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Após exaustiva discussão, uma delas dirigiu-se a mim e perguntou:</div>
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–Afinal, professora, <i>home</i> é homem ou mulher?</div>
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As experiências eram(e continuam sendo!) das comuns às mais insólitas, muitos alunos faziam perguntas sobre a tradução de nomes de marcas famosas, frases de cadernos, letras de músicas, mensagens de celular, “como é meu nome em inglês?”. Um estudante foi apelidado de TOBÉ por seus colegas. O fato que originou essa alcunha ocorreu na aula de outra professora , a qual, após transcrever no quadro o nome do verbo a ser estudado, obteve a nova pronúncia do famoso<em> to be</em>. E mais: alguns alunos amam fazer adaptações à língua inglesa. Certa vez, antes de apagar o quadro, perguntei :</div>
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–Copiaram?</div>
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–Copiation[leia-se : copiêixan] – respondeu a divertida Karine. </div>
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<i>Oh, my God!</i></div>
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<em>Professora <strong>Rosana Souza</strong></em></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-39224343612427967952013-04-18T11:14:00.002-07:002013-10-09T17:49:30.501-07:00Acerca de viagens e transeuntes <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.blogger.com/" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Sc-erBO3SiQ/UZrNaKpzYgI/AAAAAAAAAFs/z2MVdD27n5E/s1600/imagem+blog+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="http://2.bp.blogspot.com/-Sc-erBO3SiQ/UZrNaKpzYgI/AAAAAAAAAFs/z2MVdD27n5E/s320/imagem+blog+1.jpg" width="320" /></a></div>
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Gosto da imagem transmitida pelas palavras <b>transeuntes</b> e <b>viagens</b> porque sou apaixonada pela ideia de Pessoa, que igualou a viagem aos viajantes: <i>A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos</i>. A escola, a família, a sociedade, a vida são seus membros. Destarte, não há caminhos ou mapas a se seguirem, há viandantes a serem aprimorados.</div>
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Muitas foram as situações de embaraço em que questionei a minha opção pelo magistério. Às vezes, perguntava para mim mesma: ”O que é que eu estou fazendo aqui?”
Todavia, não foram raras as vezes em que concluí, confessando secretamente:”Ah, eu deveria era estar aqui mesmo!”( Não existiria lugar melhor para eu estar)
Se eu não estivesse neste lugar como veria Marianna soletrando as suas primeiras sílabas gráficas? Abalizando as letras com seus dedos, ela dizia: <em>mê</em> com<em> i</em>, <em>mi</em>; <em>mê</em> com <em>i</em>, <em>mi</em> - <em>Mimi</em>, <em>pronto</em>, <em>Mimi</em> (olhava para mim, seus olhos rindo). Eu quase não acreditava que tinha parcela naquele evento.
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O ambiente da sala de aula, fisicamente limitado, proporciona vivências inusitadas, aprendizagens ilimitadas; o belo e o mágico também frequentam a escola. Numa manhã de sexta-feira, por exemplo, não se espera que um aluno, no meio de uma atividade avaliativa chame a sua atenção dizendo: <em>Pró, ó o pisca-pisca</em>!O pisca-pisca era humano (seus olhos abrindo e fechando).</div>
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Uma das alocuções do protagonista do filme <em>O jardineiro fiel</em>, Justin Quayle, ajudou-me a refletir sobre o conceito de lugar. Justin afirmou que seu lugar, sua casa, era Tessa, sua esposa. Do mesmo modo, acredito que a escola - não o prédio, mas os seus transeuntes, as vivências nela proporcionadas - seja o meu lugar – digo, a minha viagem.
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Texto: <em>Professora Rosana Souza</em>
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Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4055855513821447508.post-80747255571513737822013-04-18T11:08:00.007-07:002020-09-06T20:34:54.836-07:00 Apresentação – a escrita é o meu divã<div style="text-align: justify;"><br /></div>
Rosana Souzahttp://www.blogger.com/profile/10495658942067959055noreply@blogger.com0