segunda-feira, 9 de junho de 2014

Won'o, o flagra!



Proposição: A pesca emburrece, induz ao erro mais facilmente, subestima e aplaca a autonomia do sujeito no seu processo de construção da aprendizagem.

Vivenciar uma semana de provas é, talvez, uma das experiências mais desgastantes do cotidiano escolar. Parece que nós, professores, nos submetemos a uma brincadeira de 'gato e rato' ou mesmo de Sherlock Holmes, a fim de garantir o êxito do processo. A cola — ou pesca, como é conhecida em minha região — é uma ameaça iminente para o professor. Para alguns estudantes, uma prática frequente e, até, um ato salvador!

Keep calm, o estresse ainda não acabou! E quando chega o dia de apresentar o resultado das avaliações? Aí é outra história! Percebo que ganhei antipatizantes, uma vez que sempre procurei usar um padrão de equidade, no tocante a aferição da aprendizagem da minha matéria! Lembro-me de uma frase que dizia " Professor  e aluno são amigos para sempre até que a nota os separa".

Em minha carreira ( ou seria correria?), já experimentei de um-quase-tudo e, quando parecia que já tinha vivido toda a minha cota de surpresas, neste ano, algo surreal aconteceu! Vamos aos fatos.

Ao corrigir a atividade de uma turma de ensino médio, observei a recorrência de um erro curioso: onde deveria aparecer won't ( contração de will + not), um estranho won'o prevalecia nas respostas apresentadas. Acionei meu detector de pescas. Não demorou para que eu delineasse o percurso do won'o . Lembrei imediatamente de uma aluna considerada " fera" em Inglês cuja grafia tem formas bem arredondadas. Daí, conjecturei: ao escrever won't, o traçado do seu 't' deu a impressão de ser 'o'; por isso, o primeiro a colar, escreveu won'o. Confirmei esta tese quando verifiquei a resposta original da referida aluna. Ponto pra mim!

Situação semelhante foi observada na turma A, quando notei que um grupo de 7 ou 8 alunos erraram as mesmas questões em um teste de múltipla escolha. Teria sido coincidência, caso o best student não tivesse os mesmos erros.
Antes de advertir às turmas dos alunos infratores, fiz uma preleção sobre o assunto, explicando a linha de raciocínio optada para confirmar minhas deduções  e enfatizando o quanto é perigoso cultivar a prática da pesca/cola. Quando pensava ter instaurado uma esfera de seriedade e reflexão, um aluno saiu com esta tirada: " Professora, a senhora deveria trabalhar no CSI!"

É, caro leitor, ser educador é estar sujeito a coisas desse tipo. Mas, sabe de uma coisa? Aprendo e autoavalio-me constantemente, e, claro, divirto-me muito com tudo isso!



                                                                                                                      Professora Rosana Souza

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